Avaliação Sinótica de Três Jatos Simultâneos

Sr. Jaime Leyton

Sr. Custodio Simonetti

Sr. Michel Davison



1. Introdução: É comum, na atmosfera, encontrar zonas de ventos máximos muito amplas, de onde tipicamente um dos jatos é o fluido dominante. Isto faz com que seja dificil distinguir entre as direrentes ramas e avaliar as características das masas de ar correspondentes. O exemplo seguinte é um caso próximo ao ideal, uma das poucas vezes que na atmosfera real se pode distinguir com relativa facilidade os três Jatos que visitam o Continente Sulamericano. Estes Jatos são: Polar Rama Sul, Polar Rama Norte, e Subtropical. Em nossa discução intitulada "Corrente de Jato de Nivel Superior" se descreve em detalhes como identificar os Jatos.

2. Discução: Na figura 1 se aprecia a presença de uma ampla zona de vento máximo com núcleos de vento superiores a noventa nós. Nela, realizamos um corte, anotado pela linha A-A', para estudar a posição de cada um dos componentes desta zona de vento máximo, esto é, o Jato





Figura 1.


Subtropical e o Polar com suas ramas Norte e Sul. Baseado no material de referência, intitulado "Corrente de Jato de Nível Superior", os contornos geopotenciais de 10.680, 10.320 e 10.080 mgp em 250 hPa estão ascociados ao eixo dos três jatos que tipicamente se manifestam em nosso continente. É pouco usual que se poça identificar os três Jatos tão claramente como neste exemplo, e que, no caso, a intensidade de cada um deles é mais baixa do que normalmente se apresenta. Os eixos dos Jatos foram traçados na figura 2.





Figura 2


Cabe destacar que o conjunto cumpre com a restrição do mínimo de separação de 5° de latitude entre cada um deles.

Revisemos agora a figura 3, que representa o corte transversal A-A' que definimos na figura 1. Nela apareçem as isotacas em roxo para valores maiores de 60 nós, isolinhas de temperatura potencial a cada 5 graus em branco contínuo e vorticidade relativa. Esta última, em azul celeste segmentado, os valores positivos e em amarelo ponteado representa os valores negativos.

Com o quadro anterior podemos verificar que o Jato Subtropical apresenta uma temperatura de 335°K, um mínimo de vorticidade, menor de 2, com vento acima de 80 nós e se localiza em 27°S, 70°W no nível de 250 hPa. Logo, a rama norte do Jato Polar apresenta uma temperatura de 330°K, com um centro de vorticidade, isto é, chega a mudar de sinal, com vento imediatamente maior que 105 nós, localizado em 42°S, 72-73°W, por baixo de 250 hPa. Finalmente, localizado em 52°S, 78°W, se apresenta a rama Sul do Jato Polar a uma altura de 290 hPa., com 315°K de temperatura, uma mudança de sinal na vorticidade e com intensidade do vento acima de 85 nós.



Figura 3.


Na Figura 4, encontramos a reafirmação ao exposto na figura anterior. Aqui vamos utilizar o conceito de vorticidade potencial, o qual se define como o produto da vorticidade absoluta e a estabilidade estática. A estabilidade estática é dependente da estratificação da atmosfera, e onde é mais instável, mais altos serão os valores, porque tipicamente se encontra numa zona baroclínica. Entre muitos que avaliaram a dinâmica dos Jatos, o Dr. Louis Uccelini do Serviço Meteorológico dos EUA, utiliza este conceito de vorticidade potencial para evaliar o intercambio energético e analizar a introdução de ar ou masa Estratosférica na Troposfera. Desta manera podemos ver as incurções estratosféricas nas três zonas ascociadas a presença de um Jato.





Figura 4


Em amarelo contínuo distinguimos as isolinhas de temperatura potencial, que por sua estratificação (paralelismo gráfico nos níveis superiores), nos permite identificar os três níveis da Tropopausa: entre 30° e 40°, 40° a 48° e desde 48° ao Sul do mapa. Somado ao anterior, que aparecem as isotacas em cor roxo segmentado e a vorticidade potencial na cor azul celeste contínuo, mostrando-nos as incurções antes mencionadas e confirmando a presença dos respectivos Jatos.


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NCEP/WPC/DTB / Last Modified February 7, 2000